segunda-feira, outubro 17, 2005
Crônica
Recebi por e-mail e achei bacana .
É uma crônica do Veríssimo
Compartilho com ele a opinião sobre desarmamento .
"Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém
andando sorrateiramente no quintal de casa.
Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruidos que vinham la
de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha
casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas
portas, não fiquei muito preocupado mas era claro que eu não ia deixar um
ladrão ali, espiando tranquilamente.
Liguei baixinho para a polícia informei a situação e o meu endereço.
Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da
casa. Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por
perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma:
- Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa
mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12,
que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro fez um estrago
danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da
polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate , uma equipe de TV e a
turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de
assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do
Comandante da Polícia.
No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:
- Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.
Eu respondi:
- Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível."
Luís Fernando Veríssimo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário