domingo, maio 22, 2005

Domingão



Domingão , me prometi que não iria fazer nada , ia ficar na cama o dia inteiro , mas não deu . Vim pro syber , pois meu computador pifou mais uma vez . Que merda !
Vim passar um pouco de e-mails de divulgação da peça e já que tô aqui mesmo postar alguma coisa , afinal nem tempo pra isso to tendo .
Estou numa fase de ver o que funciona ou não . Corro atrás de divulgação nos mais variados tipos de lugares . Tento de tudo , talvez não tenha todas as respostas já pra essa temporada , mas é um investimento pra sempre sabe ?!! Eu sou meia "psica" , preciso saber de tudo , na época de produção , eu ficava com a Cris ( nossa cenógrafa ), pra cima e pra baixo , desde de manhãzinha até quando acabasse , na 25 até perdi a conta de quantas vezes fomos , fora os outros lugares e conversávamos muito sobre a peça , os personagens , o que a gente queria falar com a peça e acho que tudo isso a ajudou a criar o cenário que é a cara da peça e me ajudou a me sentir completamente a vontade dentro dele . Tudo que está ali foi muito pensado antes . Até pra primeira cena , que eu não faço parte , tudo foi muito discutido .
E pra arte a mesma coisa , vivia enchendo o saco da Letícia passando informações por e-mail , falando o que a gente queria , se tava tudo certo e aí ela me aparece com uma arte que caiu como uma luva .
Acho legal isso na Cia e no Joeli , passamos a idéia pra pessoa , o que a gente quer falar , e a pessoa vai lá pira o cabeção e aparece com o que ela criou . E a Leticia e a Cris entenderam tudo direitinho . Bacana . O Joeli também dirige assim , deixa a gente criar e vai moldando . Tudo de bom .
E agora divulgação . É foda . Precisa fazer uma correria louca . E já pensar na próxima temporada e nos festivais . Mas eu tô curtindo muito . Pode parecer até meio piegas , mas a Cia é minha vida . Sei que temos um caminho muito difícil pela frente , mas tenho certeza absoluta que vamos chegar lá . Temos crescido , agrupado profissionais que acreditam na gente e a gente acredita neles . Isso é bom . A cada dia descubro uma coisa nova na Beth . Tenho um prazer enorme em fazê-la . Sinto que estou crescendo como atriz também . Pra mim , entrar em cena é uma das coisas mais prazerosas da vida . Sempre sinto um frio na barriga . Adoro! Tem gente que tira racha , pula de asa delta , eu faço teatro .
E nós vamos conseguir ganhar dinheiro com teatro , viver disso , fazendo exatamente o que a gente gosta e acredita . Vamos chegar lá .
Pra terminar um texto que nosso bilheteiro e operador de som , Enéias ,publicou no blog dele ( www.tempestadeserena.zip.net ) sobre a peça . Só pra provar que quem está com a gente , tá de coração e sabe o que tá fazendo .

" E pra mim tem muita diferença se eu soltar o som na sílaba bo, ao invéz de na brin, na palavra abobrinha, por exemplo. Para o público não tem, obviamente; mas pra mim que tô lá tem. É só um lance de querer buscar a perfeição.
E não tem nada melhor do que fazer algo em que acredita. Gosto muito do texto e da direção do Joeli Pimentel (ex integrante do grupo Cemitério de Automóveis) Um humor negro, mas que no fundo de tudo só fica mesmo o negro. Por exemplo, pelo menos eu, não consegui ficar imune quando o personagem do Joeli, surpreso, diz: " Você viu Betty Blue? Quando eu vi esse filme eu tinha certeza de que seria escritor um dia, mas, acabei sendo pesquisador free-lancer em tempo integral."
Esse texto do Joeli me deixou com os olhos lacrimejantes. E isso não é nenhum motivo de vergonha. Pelo menos na semana de estréia foi assim que aconteceu. Não consegui rir do humor negro que tem na peça, a não ser das cenas que são absurdamente risíveis. A platéia até que riu bastante, mas eu não. Semana passada, a maldade que existe em mim mostrou as garras e eu me diverti (ri) com a peça. Mas não foi assim na semana de estréia.
Num mundo onde a subjetividade é impiedosamente esmagada pelo consumismo. Num mundo onde a cultura tem seu espaço cada vez menor. Num mundo onde a solidão se faz cada vez mais presente. Onde as pessoas passam suas vidas gastando suas forças, concentradas, pra no final nada ter valido a pena. "Jovens Suicidas" aborda tudo isso. Com um humor negro dilacerando o vazio da existência."

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