quinta-feira, março 19, 2009

Fringe / A margem

Não
não vou falar do Festival de Curitiba que começou ontem com um monte de peças comerciais, com elenco de novela e tal e com os organizadores se justificando que é para agradar o público da cidade que é classe média e tal
Também não vou falar daquele bando de gente que vai para o "Fringe" PAGANDO para se apresentar (ou seja, ajudando a bancar o cachê dos globais), PAGANDO seu transporte e alimentação e tendo que se apresentar em lugares, dias e horários esdrúxulos e claro com uma ninharia de público, pois como já foi dito pelos organizadores a classe média quer ver ator de novela
Prefiro ficar "a margem" de tudo isso, me virando pra arranjar grana e por nossa peça em cartaz.
Sempre andei na contra mão, ser mais uma na multidão me da claustrofobia.
De todo dinheiro que a gente ganha, tiramos o básico para sobrevivência e já começamos a planejar quanto tempo vai dar pra ficar em cartaz, ou se já da pra fazer peça nova, ou filme novo, ou ...
Queremos transformar em arte aquilo que estamos vivendo agora, então o Joeli escreve nossos textos e nós achamos pessoas que queiram falar e entendem e vivem de uma certa forma aquilo tudo e aí piramos juntos e nasce um espetáculo/filme.
Cada vez mais tenho curtido fazer o nosso, tenho curtido criar e conversar com pessoas interessantes sobre o nosso ponto de vista e o deles.
Tô curtindo fazer cinema também... outro caminho... teatro é uma eterna criança, a gente tem que estar cuidando, alimentando, estar presente sempre, cinema não, vira adulto e vai embora, filho totalmente independente... do mundo
O que eu curto mesmo é criar, seja onde for.
E "a margem" ... a margem é meu lugar comum

Nenhum comentário: